sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Exames

Estou na minha fase anual de ir aos médicos e fazer os exames clínicos de praxe, para ver se passo de ano no quesito saúde.
Como todo ano vou a sessão de tortura dos exames ginecológicos. Até hoje não entendo como, com a evolução da medicina e da tecnologia, o Papa Nicolau, beira a tortura medieval. Acho que sou capaz de confessar um crime que não cometi, durante o exame. O irônico é ouvir durante todo o tempo, que afinal não é tanto tempo assim, "relaxa, solta o bum-bum, já está terminando" e outras palavras de consolo.
Fazer exame de sangue é mais divertido. Assisto sempre a luta entre os simpáticos funcionários do laboratório e minha veia que é muito tímida e se recusa a aparecer a qualquer hora. Como já conheço minha anatomia, logo que chego a salinha, aviso que é meio difícil, e que na mão é bem mais fácil encontrar uma veia que colabore. Parece que esta frase mexe com os brios dos atendentes que começam a caça. Primeiro no braço esquerdo: aperta, apalpa, esfrega e nada. "A sra pode abrir e fechar a mão enquanto procuramos", e lá vou eu nesse exercício inutil. Depois de um tempo, vejo o olhar entre apreensivo e frustado do pobre atendente, é quando ele diz: "vamos tentar no braço direito", e começamos tudo de novo. A essa altura de tanto abrir e fechar, a veia da mão já está pulando, mas ele não se dá por vencido e continua a procura.
Por fim, já vencido, quase suando e com a sensação de completo fracasso, ele capitula, injeta a agulha na mão e o sangue jorra...
Hoje tive uma experiência diferente, fiz uma ressonância magnética por conta de uma dor na coluna. Nunca tinha feito esse exame e a princípio achei que seria bem legal. A ressonância é aquele exame onde deita-se num tipo de cama que entra em um grande tubo. Grande no comprimento, pq na largura é bem justinho. Me deram um protetor auricular, pq faz barulho lá dentro. Deitei na cama com a cabeça entre dois aparadores e com um aparelho na mão, caso fosse preciso falar com o pessoal. O exame leva em média 18 minutos, nos quais não é possível nenhum movimento, pq senão a foto sai tremida e tem que começar tudo de novo.
Agradeço aos céus, minhas aulas de yoga, pois graças a elas pude ficar os 18 minutos imóvel, mesmo que no início, tivesse a sensação total de claustrofobia e quase chegando a uma crise de pânico. Foram minutos com aquele barulho esquisito que as vezes parecia introdução de música e eu recitando meu mantra, e recitando, e recitando e de repente percebi que estava no nirvana, estava tranquila, calma, e até o som esquisito já parecia música mesmo. E quando dei por mim o exame havia terminado, fui tirada do tubão e só pude perguntar para a atendente "mas já acabou?" E vim linda e loira para casa.
Agora é só esperar o resultado na segunda. Já sei que passei nas matérias Colesterol, Triglicérides, fiquei de recuperação em Glicemia. Só falta o resultado da tortura e esse de hoje para saber se passei de ano de verdade.