Ontem foi o grande dia! Acordamos as 5h00 e fomos a Padaria tomar café da manhã, pois precisava estar em jejum de 06h00. As 07h00 a Silvinha passou aqui, nos pegou e lá fomos nós para a aventura.
Foi tudo bem mais simples e rápido do que imaginei. Depois da ficha feita e questionário respondido, fui para uma semi UTI para tomar o soro e esperar o exame, nesse lugar o acompanhante pode ficar o tempo todo. Como eu tinha dois, eles foram se revesando na função. A Mary que estava gripada, melhorou e veio se juntar a turma, agora eram 3 acompanhantes.
Antes do horário previsto, fui chamada para o exame. Foram 10 minutos de preparação e 15 minutos do exame em si. Não dói nada, só é um pouco desconfortável, o médico vai dizendo tudo que está fazendo e quais as reações normais ao procedimento. A anestesia é local, então fui acompanhado tudo, respondendo as perguntas do médico e fazendo várias também, que sou muito curiosa.
É engraçado sentir o cateter passeando por dentro do corpo e chegando até o coração, lembrei de um filme antigo onde cientistas eram miniaturizados e entravam no corpo do paciente numa espécie de foguete, para descobrir a causa da doença. Fiquei imaginando os micro cientistas passeando dentro de mim e dando uma volta no meu coração para ver como estavam as coisas.
Terminado o exame voltei para a semi UTI onde fiquei durante uns 40 minutos com um aparelho que tem a função de evitar sangramento, é um tipo de uma prensa que comprime a artéria; nada que não dê para aguentar. O chato é ficar sem se mexer durante esse tempo. Mais uma vez a yoga veio em meu socorro. Olhos fechados, concentrada no chakra acima do olho, respirando devagar, entoando o mantra, não senti o tempo passar.
Assim que tiraram o tal compressor, veio o lanchinho, canja de galinha sem sal, suco de laranja e gelatina diet. Continuava sem poder dobrar a perna, levantar o corpo ou ficar levantando a cabeça, e vai a Mary me dar a sopinha. Acho que foi o momento mais engraçado do dia. Eu virava a cabeça para a direita e acabava babando tudo. Demorou até a loira perceber que tinha que ficar com a cabeça reta olhando para frente.
Como tudo já estava bem e o Jorginho precisava trabalhar para pagar as contas, ele foi embora. A tarde tudo tranquilo, só esperando a hora da saída, a Mary também foi liberada. Ficou a Silvinha comigo, para me levar para casa de carro. Ficamos nós e as revistas de fofocas que o Jorginho comprou de manhã.
As 15h30 fui liberada com várias recomendações, o laudo na mão e a notícia mais importante, o exame deu normal. Não tenho nenhum problema no coração. UFA!!!!!!!! Que alivio.
Agora estou passando o feriado meio de molho, e na terça feira levo tudo para a Cardio.
Até terça.
sábado, 31 de outubro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
CAT.
Daqui a pouco (05h00) vou acordar para o último exame, o famoso cat. Estou um pouco ansiosa com essa história, ainda mais que hoje me ligaram pedindo para estar no hospital 03hoo antes do exame para tomar soro, que é para proteger os rins do iodo do contraste, além de ficar + 05h00 no hospital depois do exame, vou passar o dia por lá. Ainda bem que a Silvinha vai junto, pena que a Mary não pode ir pq está gripada, além do Jorginho que não pode faltar. Vai ser uma excursão divertida, comprei dois livros, pra me divertir mais tarde.
Mas, nem tudo é exame nessa semana. Hoje a Mariana me ligou contando que passou na Faculdade de Educação Física! Eh alegria!!
O tempo passa tão rápido, ainda ontem ela era um bebezinho que ficava no meu colo.Matheus fez 13 anos hoje, está com a voz grossa. Que bom poder acompanhar a história das crianças.
Amanhã trarei mais notícias.
Mas, nem tudo é exame nessa semana. Hoje a Mariana me ligou contando que passou na Faculdade de Educação Física! Eh alegria!!
O tempo passa tão rápido, ainda ontem ela era um bebezinho que ficava no meu colo.Matheus fez 13 anos hoje, está com a voz grossa. Que bom poder acompanhar a história das crianças.
Amanhã trarei mais notícias.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Resultados
Voltei ao Dr. João com meus exames e o resultado não foi de todo mal. Digamos que fiquei de recuperação e vou ter que esforçar para passar de ano. A glicose caiu bastante e está em nível aceitável, mas o exame que mostra o quanto de açúcar tem dentro do sangue não foi lá essas coisas, por isso não passei de ano.
Agora é esperar sexta-feira para fazer o cat.
Agora é esperar sexta-feira para fazer o cat.
exames
Seis meses depois da minha última consulta, fui a procura do Dr. João, endocrinologista que me acompanha há pelo menos sete anos, competente e acima de tudo que traz a tradição do médico que conhece seus pacientes e os segue pela sua vida a fora.
Quando contei minha desventura, ele ouviu tudo e ficou em silêncio mais alguns segundos depois que terminei, me olhou sério, olho no olho e falou: Bem, agora acabou a brincadeira, né? Chegou a hora de levar a diabete e suas consequências a sério.
Nessa hora quase explodi em lágrimas, respirei fundo olhei para ele pedindo socorro e perguntei o que fazer agora.
No mesmo instante ele me indicou uma cardiologista, ligou pessoalmente para ela e pediu que me atendesse no mesmo dia. Deu uma olhada nos remédios que eu estava tomando, mudou alguma coisa referente a diabete, pediu uma série de exames e continuou falando comigo de outros assuntos que não tinham nada a ver com o assunto tratado.
Ao nos despedirmos me pediu que fosse dando notícias, quando marcasse com a cardiologista, e como estava me sentindo.
Liguei para Dra. Marcia, a cardiologista e no mesmo dia fui lá. Me senti segura e amparada, pois estava nas mãos de uma médica indicada pelo meu médico de confiança. Ela pediu uma série de exames de sangue, eco, rx, holter e o famoso cateterismo que atende pelo pomposo nome de cineangiocoronariografia, e pelo apelido carinhoso de cat.
Sábado fiz os exames de sangue e minhas veias continuam em greve. Saí do laboratório com três bandaids estampadinhos com desenhos infantis e quase meia hora depois de entrar no box para o exame.
Ontem coloquei o Holter para ficar 24h00, parecia a mulher biônica, com vários fios ligados numa maquininha que ficou presa no sutiã. Não dói nada mas incomoda muito e fiquei tensa o tempo todo, pois sou estabanada e bater a mão num desses fios e desligar tudo seria muito fácil.
Hoje fui tirar o Holter, aproveitei e levei os exames de sangue, até aqui tudo bem, tirei boas notas.
A tarde fui fazer o RX e o eco e aparentemente continua tudo bem, vou pegar os resultados amanhã.
Consegui marcar o cat para sexta-feira as 12h00, é o último e mais importante exame, esse é que vai realmente dizer o que houve e o que me espera.
Até sexta.
Quando contei minha desventura, ele ouviu tudo e ficou em silêncio mais alguns segundos depois que terminei, me olhou sério, olho no olho e falou: Bem, agora acabou a brincadeira, né? Chegou a hora de levar a diabete e suas consequências a sério.
Nessa hora quase explodi em lágrimas, respirei fundo olhei para ele pedindo socorro e perguntei o que fazer agora.
No mesmo instante ele me indicou uma cardiologista, ligou pessoalmente para ela e pediu que me atendesse no mesmo dia. Deu uma olhada nos remédios que eu estava tomando, mudou alguma coisa referente a diabete, pediu uma série de exames e continuou falando comigo de outros assuntos que não tinham nada a ver com o assunto tratado.
Ao nos despedirmos me pediu que fosse dando notícias, quando marcasse com a cardiologista, e como estava me sentindo.
Liguei para Dra. Marcia, a cardiologista e no mesmo dia fui lá. Me senti segura e amparada, pois estava nas mãos de uma médica indicada pelo meu médico de confiança. Ela pediu uma série de exames de sangue, eco, rx, holter e o famoso cateterismo que atende pelo pomposo nome de cineangiocoronariografia, e pelo apelido carinhoso de cat.
Sábado fiz os exames de sangue e minhas veias continuam em greve. Saí do laboratório com três bandaids estampadinhos com desenhos infantis e quase meia hora depois de entrar no box para o exame.
Ontem coloquei o Holter para ficar 24h00, parecia a mulher biônica, com vários fios ligados numa maquininha que ficou presa no sutiã. Não dói nada mas incomoda muito e fiquei tensa o tempo todo, pois sou estabanada e bater a mão num desses fios e desligar tudo seria muito fácil.
Hoje fui tirar o Holter, aproveitei e levei os exames de sangue, até aqui tudo bem, tirei boas notas.
A tarde fui fazer o RX e o eco e aparentemente continua tudo bem, vou pegar os resultados amanhã.
Consegui marcar o cat para sexta-feira as 12h00, é o último e mais importante exame, esse é que vai realmente dizer o que houve e o que me espera.
Até sexta.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Casa da mãe
Enquanto estive no quarto que tinha telefone direto, recebi muitas e muitas ligações, dos amigos, dos parentes, do pessoal que estava preocupado comigo. Fico chateada de causar tanta preocupação, mas ao mesmo tempo, fico feliz com tanta gente preocupada e interessada em minha saúde.
Saí do Hospital com o diagnóstico entre uma angina muito forte ou um princípio de enfarte, qualquer uma das duas opções, não é nada animadora.
Segurei tudo bem, fui conversando durante o caminho, estava me sentindo muito bem, sem dor nenhuma e agora era voltar a vida normal. Foi tudo muito bem, até que cheguei em casa e vi minha mãe. Nessa hora a força foi embora e me senti aquela criança desamparada e caí no colo dela chorando, e minha mãe com toda sabedoria de todas as mães, também chorando, disse que agora estava tudo bem, tinha passado, como fazia quando eu era pequena, caia e ralava o joelho. Meu irmão foi me buscar lá pelo meio da tarde e me trouxe para SP, para a casa dele, onde estava meu carro. No final da tarde, vim finalmente para minha casa.
Não sei dizer exatamente o que estava sentindo. Fisicamente, estava tudo bem, mas uma sensação estranha de ansiedade, medo, sei lá, insegurança, qualquer dorzinha agora vai ser sempre mais do que uma dorzinha.
No dia seguinte recebi uma ligação do trabalho, queriam saber se realmente eu me sentia bem para voltar a trabalhar. Claro que eu estava bem, afinal foram só dois dias de UTI, nada de grave.
E trabalhando eu não ia ficar em casa pensando na vida, o que poderia ser pior naquele momento.
É impressionante como a gente tem o dom de querer se enganar, a negação vem com toda força, mas ao mesmo tempo, algum grilo falante sussurava no meu ouvido, que não era bem assim.
Primeira sessão de terapia depois do ocorrido e começa o choque de realidade e da necessidade de correr contra o tempo.
Assim 15 dias depois de ficar de molho no hospital, fui para o médico.
Saí do Hospital com o diagnóstico entre uma angina muito forte ou um princípio de enfarte, qualquer uma das duas opções, não é nada animadora.
Segurei tudo bem, fui conversando durante o caminho, estava me sentindo muito bem, sem dor nenhuma e agora era voltar a vida normal. Foi tudo muito bem, até que cheguei em casa e vi minha mãe. Nessa hora a força foi embora e me senti aquela criança desamparada e caí no colo dela chorando, e minha mãe com toda sabedoria de todas as mães, também chorando, disse que agora estava tudo bem, tinha passado, como fazia quando eu era pequena, caia e ralava o joelho. Meu irmão foi me buscar lá pelo meio da tarde e me trouxe para SP, para a casa dele, onde estava meu carro. No final da tarde, vim finalmente para minha casa.
Não sei dizer exatamente o que estava sentindo. Fisicamente, estava tudo bem, mas uma sensação estranha de ansiedade, medo, sei lá, insegurança, qualquer dorzinha agora vai ser sempre mais do que uma dorzinha.
No dia seguinte recebi uma ligação do trabalho, queriam saber se realmente eu me sentia bem para voltar a trabalhar. Claro que eu estava bem, afinal foram só dois dias de UTI, nada de grave.
E trabalhando eu não ia ficar em casa pensando na vida, o que poderia ser pior naquele momento.
É impressionante como a gente tem o dom de querer se enganar, a negação vem com toda força, mas ao mesmo tempo, algum grilo falante sussurava no meu ouvido, que não era bem assim.
Primeira sessão de terapia depois do ocorrido e começa o choque de realidade e da necessidade de correr contra o tempo.
Assim 15 dias depois de ficar de molho no hospital, fui para o médico.
Quarto
Nada mais revigorante para quem acabou de sair da UTI do que ser levada pela simpática enfermeira, na cadeira de rodas para o quarto. Libertação!!!! E sendo quarto na ala da maternidade, melhor ainda. Sair do caos da incerteza frente a morte para cair no caos dos choros e risos de bebê que é a própria vida.
Fiquei sozinha no quarto, o que agradeci aos céus de todo meu coração. TV a cabo, revistas de palavras cruzadas, banheiro privativo, seis refeições por dia. O que mais alguém pode querer na vida? Além, é claro, das visitas de hora em hora de enfermeiras pra dar remédio, medir a pressão, a febre, etc. Amei tomar banho de chuveiro e me secar com uma toalha limpinha vinda de casa.
Passei um dia e uma noite no quarto, na manhã seguinte perguntei a todas as pessoas que entravam a que horas o médico passava, pq a idéia de ir embora estava tomando conta da minha ansiedade. E finalmente passou o médico, que fez a pergunta óbvia: quer ir embora? Claro!! Ok, pode ir, vou passar uma receitinha para vc levar.
Agradeci a atenção e assim que o médico saiu liguei rapidinho para Fátima vir me libertar, fui me arrumar, colocar uma roupa decente, tirar finalmente a camisolina da bunda pra fora. E quando estava tudo pronto, da porta, olhei para o quarto e pela primeira vez nesses dias todos, senti muito medo e tive vontade de chorar. Estava deixando a segurança e os cuidados 24hoo por dia e ia ficar por mim mesma. E agora?
Fiquei sozinha no quarto, o que agradeci aos céus de todo meu coração. TV a cabo, revistas de palavras cruzadas, banheiro privativo, seis refeições por dia. O que mais alguém pode querer na vida? Além, é claro, das visitas de hora em hora de enfermeiras pra dar remédio, medir a pressão, a febre, etc. Amei tomar banho de chuveiro e me secar com uma toalha limpinha vinda de casa.
Passei um dia e uma noite no quarto, na manhã seguinte perguntei a todas as pessoas que entravam a que horas o médico passava, pq a idéia de ir embora estava tomando conta da minha ansiedade. E finalmente passou o médico, que fez a pergunta óbvia: quer ir embora? Claro!! Ok, pode ir, vou passar uma receitinha para vc levar.
Agradeci a atenção e assim que o médico saiu liguei rapidinho para Fátima vir me libertar, fui me arrumar, colocar uma roupa decente, tirar finalmente a camisolina da bunda pra fora. E quando estava tudo pronto, da porta, olhei para o quarto e pela primeira vez nesses dias todos, senti muito medo e tive vontade de chorar. Estava deixando a segurança e os cuidados 24hoo por dia e ia ficar por mim mesma. E agora?
UTI
Sempre achei que UTI fosse ante sala do cemitério e que fosse assim como nos filmes tipo plantão médico. Me enganei redondamente. Felizmente não é a ante sala do cemitério, mas também não é como nos filmes. É um pouco desconfortável aquela cama que sobe e desce e não se tem muito o que fazer a não ser ficar espiando os doentes do lado e o pessoal da enfermagem que fica de plantão, além de dormir dia e noite.
Assim que minha maca móvel chegou na UTI, já fui colocada na cama e como suvenir recebi aquela camisola sexy que deixa a bunda de fora, e quando dei por mim tinha uns cinco enfermeiros em cima de mim colocando aparelho de pressão, colando um monte de terminais pro eletro, colocando um pregador no meu dedo, colando o termômetro, e tentando achar uma veia para o soro e outra para fazer exames. Minhas veias são tímidas por natureza e numa situação dessas então, se juntaram e combinaram que nenhuma ia aparecer. Não sei se tenho mais pena de mim ou do pobre enfermeiro que ficava me espetando e procurando umazinha só para os exames de sangue. Conseguiram achar na mão uma que ficou com aquela agulhinha espetada o tempo todo para o soro, quanto as outras, parecia caça ao tesouro, ganhei também uma máscaro de oxigênio que teimava em ficar toda torta no meu rosto e incomodava bastante Depois desse início animado, tudo ficou mais calmo, só tomando um monte de comprimidos e a pressão sendo medida de hora em hora, assim pude dormir tranquilamente, só brigando com a máscara de oxigênio, e com todos os fios que estavam ligados.
Na manhã seguinte acordei bem e já tomei o café da manhã de hotel, café com leite, torradas e margarina. Fui visitada por uma enfermeira super simpática que trazia consigo umas coisas estranhas e animadissima foi logo dizendo: vamos tomar banho. E antes que eu falasse qualquer coisa, veio com um pano ensopado e cheio de sabonete direto no meu cabelo, e por aí seguiu. Esta foi uma experiência muito interessante, nunca vi ninguém tão rápida e eficiente no seu trabalho, rapidinho ela me deu banho, tirou a roupa de cama comigo em cima e colocou outra, coisa de mágico ilusionista. A única coisa que me deu medo, foi como ficaria meu cabelo quando secasse, afinal ele está acostumado a shampoo, creme de pentear, pente fino e grosso, tudo para poder domá-lo um pouco, tinha medo de ficar com cara de louca, com o cabelo todo revoltado, mas parece que ele entendeu a situação e se comportou direitinho.
Na UTI existem dois horários de visita, as 16h00 e as 21h00 com meia hora em cada um. Lá pelas 15h00 comecei a querer me arrumar, pois sabia que minha mãe estaria lá na primeira fila da entrada, provavelmente junto com a Fátima, minha santa vizinha. Esses horários de visita deixam a gente ansiosa, parece que o tempo não passa, não chega nunca as 16h00. Quando finalmente foi liberada a entrada, eu estava bem ansiosa e ficava olhando para a porta o tempo todo e não via minha mãe. De repente vi meu irmão, que deveria estar em SP trabalhando e estava lá junto com minha mãe. Acho que só agora consigo avaliar a felicidade que senti e a segurança que isso me trouxe, foi muito bom. Conversamos bastante, minha mãe, para minha surpresa, estava bem calma e tranquila.
O tempo é muito relativo e naquele dia meia hora foi rápido demais, e lá se foram eles embora e eu fiquei sozinha de novo, mas não solitária, sabia que tinha com quem contar.
Na visita da noite, eu nem me animei muito pois já tinha recebido minhas visitas, mas sempre dá aquela ansiedade de aparecer alguém, e apareceu a Fátima que resolveu dar um pulinho lá pra ver se estava tudo bem. Conversamos e rimos bastante e mais uma vez meia hora foi muito pouco e lá se foi minha amiga.
A noite na UTI é um capítulo a parte. O que fazer num lugar onde não tem nada para fazer, onde é proibido celular ou qualquer outro equipamento eletrônico. Não podia levantar, sequer ficar sentada, tinha que ficar ali em repouso absoluto, deitada quietinha durante todo o dia e agora durante a noite, e eles esperam que a pessoa tenha sono numa situação dessas. Tinha horas que desejava que chegasse algum paciente com problemas para ver se animava um pouco aquele lugar. Não ia ser ruim, ver a enfermagem correndo e entubando alguém.
Tentei várias coisas, contei carneirinhos, meditação, mantras, relaxamento, mas o máximo que conseguia era dormir umas duas horas e acordar outra vez e recomeçar as técnicas de relaxamento de novo.
E assim passou o tempo até o amanhecer, pelo menos agora eu podia ver um pedaço de árvore que aparecia na janela que ficava lá no alto da parede.
Nesse dia foi mais animado, já pude sentar na cama e consegui uma revista emprestada com uma enfermeira, além da reforma que estavam fazendo no andar de baixo, com marteladas, furadeiras e muito barulho passei o dia. Fiz um tur também pelo Hospital para uma ultrassonografia. Claro que não pude ir andando, então lá fui eu passear pelo Hospital na cadeira de rodas com a camisola sexy, sendo levada pela enfermeira que tenho cá pra mim, precisava de mais umas aulinhas de direção de cadeira de rodas. Mas foi bom mudar de ares e ir ao banheiro em vez de usar a comadre para um simples xixizinho.
Quando a noite chegou o sono foi embora. E lá estava eu as 02h00 da madrugada sentada na cama lendo revista, quando senti uma presença do meu lado, era o médico da noite - Não consegue dormir? - Não, dormi o dia todo - Quer uma coisinha para ajudar? - Ah, se tiver, eu aceito - Ok. E veio o copinho de café com um liquido cor de rosa, perguntei o que era e soube que era Rivotril. Eu nunca tomeir nenhum remédio para dormir, achei o máximo, principalmente pq. deitei, a enfermeira falou algo comigo, que não registrei e só acordei no dia seguinte, sem saber exatamente onde estava. Não é o máximo???
Manhã chuvosa, mas para mim era um dia de glória, afinal depois de deliberação entre os médicos, fui liberada da UTI, com uma frase que adorei: Dona Teresinha, com esse seu astral a senhora nunca vai ter nada, pode ir para o quarto. Tirando o dona e senhora, tive vontade de dar um beijo no médico. Vamos para o quarto.
Assim que minha maca móvel chegou na UTI, já fui colocada na cama e como suvenir recebi aquela camisola sexy que deixa a bunda de fora, e quando dei por mim tinha uns cinco enfermeiros em cima de mim colocando aparelho de pressão, colando um monte de terminais pro eletro, colocando um pregador no meu dedo, colando o termômetro, e tentando achar uma veia para o soro e outra para fazer exames. Minhas veias são tímidas por natureza e numa situação dessas então, se juntaram e combinaram que nenhuma ia aparecer. Não sei se tenho mais pena de mim ou do pobre enfermeiro que ficava me espetando e procurando umazinha só para os exames de sangue. Conseguiram achar na mão uma que ficou com aquela agulhinha espetada o tempo todo para o soro, quanto as outras, parecia caça ao tesouro, ganhei também uma máscaro de oxigênio que teimava em ficar toda torta no meu rosto e incomodava bastante Depois desse início animado, tudo ficou mais calmo, só tomando um monte de comprimidos e a pressão sendo medida de hora em hora, assim pude dormir tranquilamente, só brigando com a máscara de oxigênio, e com todos os fios que estavam ligados.
Na manhã seguinte acordei bem e já tomei o café da manhã de hotel, café com leite, torradas e margarina. Fui visitada por uma enfermeira super simpática que trazia consigo umas coisas estranhas e animadissima foi logo dizendo: vamos tomar banho. E antes que eu falasse qualquer coisa, veio com um pano ensopado e cheio de sabonete direto no meu cabelo, e por aí seguiu. Esta foi uma experiência muito interessante, nunca vi ninguém tão rápida e eficiente no seu trabalho, rapidinho ela me deu banho, tirou a roupa de cama comigo em cima e colocou outra, coisa de mágico ilusionista. A única coisa que me deu medo, foi como ficaria meu cabelo quando secasse, afinal ele está acostumado a shampoo, creme de pentear, pente fino e grosso, tudo para poder domá-lo um pouco, tinha medo de ficar com cara de louca, com o cabelo todo revoltado, mas parece que ele entendeu a situação e se comportou direitinho.
Na UTI existem dois horários de visita, as 16h00 e as 21h00 com meia hora em cada um. Lá pelas 15h00 comecei a querer me arrumar, pois sabia que minha mãe estaria lá na primeira fila da entrada, provavelmente junto com a Fátima, minha santa vizinha. Esses horários de visita deixam a gente ansiosa, parece que o tempo não passa, não chega nunca as 16h00. Quando finalmente foi liberada a entrada, eu estava bem ansiosa e ficava olhando para a porta o tempo todo e não via minha mãe. De repente vi meu irmão, que deveria estar em SP trabalhando e estava lá junto com minha mãe. Acho que só agora consigo avaliar a felicidade que senti e a segurança que isso me trouxe, foi muito bom. Conversamos bastante, minha mãe, para minha surpresa, estava bem calma e tranquila.
O tempo é muito relativo e naquele dia meia hora foi rápido demais, e lá se foram eles embora e eu fiquei sozinha de novo, mas não solitária, sabia que tinha com quem contar.
Na visita da noite, eu nem me animei muito pois já tinha recebido minhas visitas, mas sempre dá aquela ansiedade de aparecer alguém, e apareceu a Fátima que resolveu dar um pulinho lá pra ver se estava tudo bem. Conversamos e rimos bastante e mais uma vez meia hora foi muito pouco e lá se foi minha amiga.
A noite na UTI é um capítulo a parte. O que fazer num lugar onde não tem nada para fazer, onde é proibido celular ou qualquer outro equipamento eletrônico. Não podia levantar, sequer ficar sentada, tinha que ficar ali em repouso absoluto, deitada quietinha durante todo o dia e agora durante a noite, e eles esperam que a pessoa tenha sono numa situação dessas. Tinha horas que desejava que chegasse algum paciente com problemas para ver se animava um pouco aquele lugar. Não ia ser ruim, ver a enfermagem correndo e entubando alguém.
Tentei várias coisas, contei carneirinhos, meditação, mantras, relaxamento, mas o máximo que conseguia era dormir umas duas horas e acordar outra vez e recomeçar as técnicas de relaxamento de novo.
E assim passou o tempo até o amanhecer, pelo menos agora eu podia ver um pedaço de árvore que aparecia na janela que ficava lá no alto da parede.
Nesse dia foi mais animado, já pude sentar na cama e consegui uma revista emprestada com uma enfermeira, além da reforma que estavam fazendo no andar de baixo, com marteladas, furadeiras e muito barulho passei o dia. Fiz um tur também pelo Hospital para uma ultrassonografia. Claro que não pude ir andando, então lá fui eu passear pelo Hospital na cadeira de rodas com a camisola sexy, sendo levada pela enfermeira que tenho cá pra mim, precisava de mais umas aulinhas de direção de cadeira de rodas. Mas foi bom mudar de ares e ir ao banheiro em vez de usar a comadre para um simples xixizinho.
Quando a noite chegou o sono foi embora. E lá estava eu as 02h00 da madrugada sentada na cama lendo revista, quando senti uma presença do meu lado, era o médico da noite - Não consegue dormir? - Não, dormi o dia todo - Quer uma coisinha para ajudar? - Ah, se tiver, eu aceito - Ok. E veio o copinho de café com um liquido cor de rosa, perguntei o que era e soube que era Rivotril. Eu nunca tomeir nenhum remédio para dormir, achei o máximo, principalmente pq. deitei, a enfermeira falou algo comigo, que não registrei e só acordei no dia seguinte, sem saber exatamente onde estava. Não é o máximo???
Manhã chuvosa, mas para mim era um dia de glória, afinal depois de deliberação entre os médicos, fui liberada da UTI, com uma frase que adorei: Dona Teresinha, com esse seu astral a senhora nunca vai ter nada, pode ir para o quarto. Tirando o dona e senhora, tive vontade de dar um beijo no médico. Vamos para o quarto.
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