sábado, 6 de junho de 2009

Perdas

Em meio a tantas notícias e artigos sobre o acidente com o voo 447, li hoje na Revista Época, coluna da Ruth Aquino a resposta do psicanalista Luiz Alberto Py à pergunta: o que dizer aos parentes das vítimas e de tantos outros que perdem pessoas que tanto gostam de forma tão repentina e ingrata.
"O que a gente teve não perde. As lembranças estão dentro de nossa memória. Quando uma tragédia assim acontece, o que se perde é o prosseguimento, é o futuro. E o futuro é virtual, uma expectativa de algo que damos como certo, mas não é. Não se perde o passado. Isso pode parecer meramente racional - e é, porque a emoção não se traduz. Não se perde alguém que existiu. O que se perde é uma expectativa. Isso não é consolo, mas pode ajudar a retomar a vida. Pensar não no que perdi, mas no que tive o privilégio de viver. O passado precisa ser uma referência para a gente se nutrir. E não para se lamentar. Há várias formas de conviver com a saudade."
Esta resposta serviu a mim particularmente que já tive esta experiência da perda, um pouco mais do que gostaria.
Dá vontade de recortar e colar em lugar bem visível para poder me lembrar sempre disso.

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